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"Não sei se é" ou "não sei se seja"?

Foto do escritor: Camilla Wootton VillelaCamilla Wootton Villela

Dúvida muito frequente entre estrangeiros, afinal, qual é o correto: "não sei se é" ou "não sei se seja"? Vamos entender…



"Não sei se é" (indicativo)

Usamos o indicativo quando fazemos referência a algo que pode ser considerado objetivo, uma afirmação ou uma possibilidade concreta, ainda que haja dúvida. 


Nesse caso, a frase exprime uma incerteza sobre algo que pode ser ou não verdadeiro no presente, mas a estrutura pressupõe uma verificação de fato.


Exemplos:

Não sei se é verdade o que ele disse. 

Não sei se é possível chegar a tempo.


Aqui, você está ponderando sobre uma possibilidade real, por isso o verbo "é" (presente do indicativo) é apropriado.


Por que não "não sei se seja"?

O subjuntivo (como o verbo "seja") é geralmente usado em situações de dúvida, desejo, hipótese, ou algo que não seja certo ou verificável. 


No entanto, após "não sei se", o indicativo é a forma mais usada, pois a dúvida que você está expressando ainda está relacionada a algo que poderia ser constatado no presente.


Por exemplo, se você estivesse formulando a frase como uma hipótese ou possibilidade que não é vinculada a um fato concreto, aí sim o subjuntivo seria usado. Mas ele aparece em outras construções:


Exemplo com subjuntivo (em outra estrutura):

- Espero que ele seja feliz.

- Tomara que tudo seja como planejado.


Nesses casos, o subjuntivo é utilizado porque você expressa desejo ou possibilidade, sem relação direta com um fato presente ou verificável.


Ou seja, "não sei se" é usado com indicativo para expressar incerteza sobre fatos ou realidades presentes e "não sei seja" é inadequado nessa estrutura, pois o subjuntivo aqui não cabe para expressar dúvidas sobre algo concreto.


E qual a estrutura com “não acho”?

Quando usamos "não acho", a escolha entre indicativo e subjuntivo depende do tipo de dúvida ou julgamento que a frase está expressando. Vamos analisar os dois casos.


Não acho que é (indicativo)

O indicativo pode ser usado quando o falante considera que a afirmação tem uma base mais objetiva, mesmo que ele discorde ou tenha dúvidas. Isso ocorre quando há uma percepção de que o fato poderia ser verdadeiro ou verificável, mesmo que o falante não concorde.


Exemplos:

- Não acho que é fácil aprender uma língua nova.

- Não acho que é uma boa ideia sair agora.


Nesses casos, o falante está ponderando uma situação que, na visão dele, poderia ser um fato, ainda que ele discorde ou não tenha certeza.


Não acho que seja (subjuntivo)

O subjuntivo é mais comumente usado depois de "não acho que" para expressar uma dúvida, incerteza ou algo subjetivo. Ele aparece quando o falante está negando uma possibilidade ou emitindo uma opinião sobre algo que não vê como certo ou concreto.


Exemplos:

- Não acho que seja possível resolver isso hoje.

- Não acho que seja necessário falar com ele agora.


Aqui, o subjuntivo é apropriado porque o falante está expressando uma opinião ou avaliação pessoal de que algo não é provável, verdadeiro ou concreto. O uso do subjuntivo mostra que o fato não é considerado certo.


Para resumir, "não acho que" é usado com indicativo para fatos mais objetivos, mesmo que o falante tenha dúvida ou discorde, e “não acho que" é usado com subjuntivo para expressar incerteza, dúvida ou opinião sobre algo mais hipotético ou subjetivo.


A forma mais comum, entretanto, é usar o subjuntivo ("seja") após "não acho que", pois ele transmite a ideia de opinião pessoal e dúvida.

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